7.2.07

Holofotes


Chegou o momento inevitável. Soa estranho uma publicitária temer o público, falar e expôr um trabalho ou as suas idéias. Mas o fato é que entro em pânico. Não me perguntem como eu fui atendimento até hoje, como aprovei inúmeras campanhas, com diversos clientes. Garanto que não foram meus olhos azuis.

Invejo amigos que dão aula. Como conseguem isso? Às vezes eles têm a mesma idade que eu, a mesma experiência e dão show, se realizam e ganham uma grana extra. Como ordenam o conteúdo na cabeça, a hora de falar, a hora de ouvir, a criatividade nas brincadeiras em sala de aula?

Eu quase fui reprovada numa matéria da faculdade porque, num trabalho de grupo, em que todos falavam para a turma, eu tive que concluir. Minha voz foi sumindo, sumindo, junto com o equilíbrio das minhas pernas... quase desmontei na frente de todos. Só não tiramos a nota máxima por causa do meu lamentável desempenho, classificado como "fraco". Inesquecível esse episódio.

Depois de escapar em diversas oportunidades, dessa vez terei de enfrentar o público. Não há volta, nem arrependimento, nem escapatória. Um encontro nacional, num hotel na capital do país, com pessoas do Brasil inteiro, experts em Educação e talvez com a presença do nosso ministro. E eu lá, falando modestamente de nossos projetos para 2007.

Finalmente vão descobrir que sou uma fraude! Minha fantasia de profissional exemplar, dedicada, parceira e competente vai ser rasgada em mil pedacinhos e eu ficarei nua, diante de todos. Já estou me preparando pra isso. Já que o mico será inevitável, estou preparando uma apresentação inovadora, cheia de gaiatices.Vou contratar uma claque para ficar me aplaudindo e dando gritinhos de uhu!! Circos de todo o Brasil, se preparem para receber mais uma artista medíocre!

Estou preparando vocês também, meus parcos leitores, pois pode ser que eu desapareça do mapa depois do dia 13/02.

2 comentários:

Anônimo disse...

Para de reclamar menina!!!
você vai dar um show,
se eu fosse você começava com uma piadinha pra ganhar a audiência de primeira.

Ana Laura disse...

Nem piada eu sei contar, Érico! Não sou uma show-woman!